quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Um oráculo



Na semana passada vimos o Philinus ganhar um livro de filosofia da mãe. Pelo visto ele gostou do presente já que, como vemos na HQ desta semana, ele carrega o livro para todo lado, até para o parquinho da escola.

No entanto, nem tudo o que lemos conseguimos entender de cara. Parece que o Philinus está tendo certa dificuldade em compreender algumas partes do seu livro.

Mas isso é absolutamente normal, uma vez que a filosofia é um assunto ainda desconhecido para ele. O novo é sempre um território inexplorado, e é aos poucos que vamos nos acostumando e conhecendo onde estamos pisando.

O que certamente vai ajudar o Philinus são sua curiosidade e sua vontade de aprender.

Seu grande amigo Nelinho já deu uma dica para ele. Os textos de filosofia às vezes funcionam como oráculos.

Mas, o que é um oráculo?


A palavra oráculo pode ter vários significados.
O primeiro deles é “uma mensagem misteriosa”. Os povos da antiguidade tinham por hábito consultar uma ou mais divindades sempre que necessitavam de ajuda ou de algum esclarecimento. Assim, o oráculo era uma resposta divina a alguma pergunta ou questionamento humano.
Às vezes, a divindade enviava a resposta por meio de uma pessoa especial, que funcionava como um mensageiro, que então transmitia a mensagem ao humano que fez a pergunta. Esse mensageiro funcionava como um oráculo.
Por fim, um oráculo pode se referir também ao próprio templo ou santuário onde a pergunta foi feita.
Qualquer que seja o sentido, uma coisa é certa: a resposta não vem pronta e precisa ser interpretada.
Acho que o Philinus vai precisar por a cabeça para funcionar se quiser entender as ideias do seu livro.
Mas, quem sabe ele não encontra algo bem próximo a ele que o ajude a entender melhor esses tais ‘oráculos’.
Na semana que vem, vamos descobrir...

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Philinus e a Filosofia

Na HQ (história em quadrinhos) da última terça-feira, o Philinus ganhou da mãe um livro de filosofia. Esse é um presente para o qual talvez a maioria das crianças torcesse o nariz.

Mas o Philinus, por ser curioso e gostar muito de ler, parece ter curtido. Quem sabe ele já não tenha ouvido falar alguma coisa sobre filosofia na escola e se interessado? O assunto, no entanto, como veremos nas HQs seguintes, ainda é algo novo para ele.

A palavra filosofia tem origem na Grécia e é composta de duas outras palavras: philo, que significa amor (ou amizade), e sophia, que traduzimos como sabedoria ou conhecimento. 

Assim, filosofia expressaria uma ‘amizade pela sabedoria’ ou um ‘amor e respeito pelo saber’.

A história registra que a primeira pessoa a usar essa palavra foi Pitágoras de Samos, um filósofo e matemático que viveu na Grécia, provavelmente, entre os anos 571 a.C. e 496 a.C. Segundo ele, a sabedoria plena e absoluta pertence aos deuses, mas os seres humanos podem amá-la e desejá-la, tornando-se filósofos.

Pitágoras de Samos / Wikimedia Commons

Algum tempo depois, outro filósofo grego chamado Platão – que viveu entre 428 a.C. e 347 a.C. – disse que o amor (philos) pode ser definido como carência, ou melhor, desejo de algo que não se tem. Sendo assim, a filosofia resulta do desejo de procurar sabedoria e o filósofo, ao contrário do que muita gente imagina, não é uma pessoa que sabe tudo, mas alguém que busca continuamente o conhecimento.

Platão / Wikimedia Commons

Certamente o Philinus gosta de conhecer coisas novas e, talvez por isso, não tenha se intimidado diante do “presente de grego” que a mãe lhe deu.

Mas aonde isso vai dar de verdade, só descobriremos com o desenrolar dessa história.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Todo filósofo é uma criança


Todos nós já fomos criança um dia. E, como toda criança, fizemos muitas perguntas.
“Quem é Deus?”, “Por que chove?”, “De onde eu vim?”, “Por que eu tenho que ir à escola?”, “O que é namorar?”
São tantas perguntas que brotam da cabeça de uma criança que daria para fazer uma grande horta, com pontos de interrogação saindo pelas orelhas como ramas de cenoura!
Mas, por quê?
Por que a criança é esse ser tão curioso e cheio de imaginação? E por que essa curiosidade vai diminuindo na maioria de nós à medida que crescemos?

De maneira geral, a vida adulta é formada de regras rígidas e silenciosas, de verdades um tanto formatadas dentro de visões de mundo muitas vezes impostas por determinados setores da sociedade e – por que não? –, de metas de vida que perseguimos sem sabermos exatamente por quê ou para quê. Estamos tão habituados ao mundo e às coisas que nem paramos para nos perguntar sobre o que vemos, sentimos e acreditamos. Simplesmente seguimos o caminho que a sociedade nos coloca e pronto.

As crianças, por outro lado, não costumam aceitar tão passivamente ‘as regras do jogo’. Elas possuem imaginação, capacidade de se espantar diante de fatos aparentemente banais, vontade de conhecer coisas novas e, principalmente, coragem para perguntar: “POR QUÊ?”. Essas características, não por acaso, definem o filósofo.

Então, quer dizer que toda criança é um filósofo?

Bem, nós, do blog do Philinus, acreditamos que sim e em algo além: acreditamos que todo filósofo deve ser, antes de tudo, uma criança, exatamente por ser ele aquele que cuida de preservar o espírito inquisitivo, crítico e contestador que herdamos da nossa infância. Não é casual, portanto, que os protagonistas da nossa tira sejam crianças.
Aceita um convite para ver tudo isso de perto?
Venha junto com a gente acompanhar e participar das peripécias de Philinus e sua turma.

Este blog vai funcionar assim:

Toda terça-feira, sempre uma tira inédita para você rir e pensar (e compartilhar, claro).

Toda quinta-feira, um texto leve e descontraído para pensarmos juntos a respeito de tudo – da vida, do tempo, do amor e até do próximo filme do Star Wars (ora, vai dizer que entretenimento também não merece um olhar filosófico?).

Seja bem-vindo(a)!